quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Coisas que ninguém sabia...

Bueno, eis que aparece o resultado da tal pesquisa de clima organizacional. Até existem coisas interessantes, mas como disse Gilliard, sobre a administração da FURB, no texto que inaugurou este blog: “(...) Não medem as conseqüências dos seus atos. Não percebem que atitudes assim só geram insatisfação e desmotivação. Precisam fazer pesquisa de clima organizacional para detectar algo tão óbvio?”. O resultado divulgado pode ser obtido, na íntegra, no endereço www.furb.br/clima (lembrando que, para acessá-lo é necessário possuir acesso à intranet da FURB, informando usuário e senha). A pesquisa foi realizada nos meses de abril e maio de 2008, obtendo a participação de 50% dos servidores da instituição. Dentre as “novidades estatísticas”, destaco duas páginas divulgadas, que considero de grande interesse para os servidores.

Na primeira, “FATOR REALIZAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL”, os servidores deveriam avaliar quatro quesitos, atribuindo-lhes “concordo plenamente”, “concordo parcialmente”, “estou em dúvida”, “discordo parcialmente” ou “discordo totalmente”.
O quesito “Sinto-me valorizado como servidor da FURB” teve apenas 16,4% de plena concordância, enquanto “A FURB demonstra preocupação com a qualidade de vida dos seus servidores” teve 14,2%.
A segunda tem como título “FATOR IMAGEM INTERNA E EXTERNA”. Nesta, dentre 13 itens, os servidores deveriam indicar 3 como principais fatores de motivação para trabalhar na FURB, devendo indicar o sentimento quanto à realidade e não a forma como gostaria que fosse.
Encabeça a lista o item “Estabilidade de emprego” com 20,3% de indicação, distante dos 13,1% obtidos pelo segundo mais indicado “salário somado à benefícios” (que na época não considerava a reformulação da licença prêmio).
Os 5 últimos colocados e seu mísero percentual de indicações são os seguintes:
“Valorização e reconhecimento do trabalho desenvolvido” – 4,8%
“Relacionamento com a chefias e superiores” – 4,5%
“Participação nas decisões” – 1,6%
“Modelo de gestão” – 1,5%
“Transparência nas ações e decisões superiores” – 0,8%

Não entrarei no mérito da diferenciação entre “concordo parcialmente” e “discordo parcialmente”, apesar de que para mim está muito mais próximo do “a mesma coisa” do que a alteração do período em serviço necessário para usufruir de licença prêmio.
Está aí, estatisticamente divulgado, aquilo que já sabíamos. Os servidores não sentem possibilidade de participar da discussão das ações da Universidade, não vêem a administração da FURB preocupada com os trabalhadores e desaprovam de forma veemente o modelo de gestão adotado pela reitoria. Está claramente expressa a fragilidade do relacionamento da reitoria para com os servidores e a insatisfação desses últimos para com a administração. Os fatores de imagem da instituição apontam que os servidores continuam simpáticos e empáticos à FURB, querem contribuir para seu avanço e participar da melhoria do serviço prestado à sociedade, entretanto os índices aqui apresentados indicam a administração da Universidade como empecilho.

Se para tomar consciência da mais clara realidade eram necessários dados estatísticos, estes já existem. E agora meu Rei?

Continuamos de olho!

3 comentários:

Carolcali disse...

Primeiro que as alternativas para respostas foram mal formuladas: Concordo parcialmente e discordo parcialmente - qual a diferença?
Segundo: para quem fez a pesquisa, a última folha foi usada para darmos nossas opiniões. Onde está a análise desses dados? Será que essas folhas foram lidas ou simplesmente serviram para gastar caneta e tempo? Isso não me espantaria, vindo desta administração que tem o hábito de desconsiderar e nem ouvir a opinião de seus servidores...

Anônimo disse...

pois é...a mim nada mais espanta também...talvez eu esteja sendo um pouco pessimista, mas como tenho dito, não há mais esperança para estes últimos 2 anos, a não ser ficar vigilantes para tentar evitar estragos maiores...

Anônimo disse...

Ainda bem que existem "cientistas sociais" e "estatísticos" que ainda tem a cara de pau de cobrar para mostrar aquilo que todos sabiam (A propósito, quem fez a pesquisa???). Tudo bem, eles realizaram um trabalho/pesquisa desnecessária, mas isso não é culpa deles, afinal alguém os contratou porque tinha interesse em saber qual era o clima dentro da instituição.
Acho que dá para tirar algumas conclusões:
1. Caminhando nesta direção, meu caro, esqueça a reeleição...
2. Nunca subestime a opinião dos seus colaboradores...
3. Deve ser angustiante ver que a opinião do seu "adversário" está certa...
4. Será que ainda dá tempo de colar a louça quebrada???